15-07-2008 - Rede pública está sem psicólogos e psiquiatras para atendimento pelo SUS

Há um mês, Sâmara Célia Rodrigues, 37 anos, está sem atendimento psiquiátrico e psicológico nos postos de saúde de São José. Soropositiva e com depressão, está sem o apoio para enfrentar as duas doenças e também sem tomar antidepressivos, porque não consegue acesso ao médico na rede de saúde da cidade e não tem como pagar uma consulta particular. Seu atual marido desconfia que está infectado, também tentou fazer teste de HIV no mesmo posto, mas não conseguiu.
Em crise nervosa, Sâmara foi atendida por um clínico geral na policlínica de Campinas, de onde o médico a encaminhou para uma unidade de saúde da capital. Em geral, os pacientes só são conduzidos a outras cidades quando não há a especialidade no município de origem.
“Sou mãe de família e preciso desabafar. Às vezes nem consigo trabalhar”, conta Sâmara, que é viúva do primeiro marido, de quem foi contaminada pelo HIV. Ela conta que há outros pacientes na mesma situação no posto central, onde é feito a atendimento para Aids. “Tem uma hora que a gente precisa de remédio para depressão para ficar bem, e de conselhos”, considera.

Secretaria vai contratar
A diretora de Saúde de São José, Ana Cristina Hoffmann, explica que o contrato de quase 100 profissionais de saúde começou a vencer a partir de março. Entre eles estavam psiquiatras e psicólogos. Desde o mês passado, o atendimento realizado no Programa de Saúde Mental, no Posto Bela Vista, o único da rede de saúde com psiquiatra, estava com apenas um profissional, sobrecarregado de trabalho. “Na segunda-feira assumiu o segundo e vamos regularizar a situação”, diz.
O psicólogo que atendia aos pacientes com HIV no Centro de Vigilância em Saúde, junto ao Centro de Saúde Mental, na praça Arnoldo Souza, também teve seu contrato vencido. Segundo Ana Cristina, já estão sendo chamados outros profissionais de saúde para suprir a carência. Também será aberto um novo concurso no município, que incluirá 10 novos psiquiatras, dois deles para atendimento infantil. Eles entrarão no novo projeto de saúde mental do município.
“Mas só contrataremos depois de terminadas as eleições”, antecipa. Os testes de HIV, disse a diretora, são feitos no centro de saúde do centro para a população e para as gestantes também nos postos de Forquilhinhas, Sertão Zanellato e Bela Vista.

Fonte: Notícias do Dia - 15-07-2008


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