Dirigentes do SIMESC estiveram neste 22 de janeiro, em reunião com o secretário de Estado da Saúde, Helton de Souza Zeferino e o adjunto, André Motta Ribeiro. O encontro, solicitado pela nova gestão da pasta, teve como principal pauta a abertura de diálogo entre as duas entidades e seus gestores sobre as demandas dos médicos que atuam na rede pública estadual.
De acordo com o secretário Helton, os primeiros dias de trabalho estão sendo dedicados a rever alguns processos e identificar gargalos que possam estar impedindo uma melhor gestão da saúde e atuação dos profissionais da rede. “Algumas decisões passadas podem ser revistas e também não perdurarem. Precisamos adequar muitas situações e conversar com os representantes de classe é muito importante porque teremos a visão ampla e mais próxima do ideal de como poderemos agir”, destaca.
O presidente do SIMESC, Cyro Soncini citou alguns pontos que estão sendo questionados há muito tempo pelos médicos e lembrou que a formatação de uma remuneração adequada é um dos principais debates com a categoria. “Hora sobreaviso, hora plantão, RPM, a falta de concurso público e a consequente contratação de temporários são assuntos que precisam voltar à mesa. Temos 40% do quadro de médicos como temporários e isso é alarmante”, destaca.
O secretário Geral do SIMESC, Roman Leon Guieburoskwi Junior lembrou que há um grande desconforto entre os médicos que não recebem a RPM, como o caso dos psiquiatras e os reguladores. “Estamos a postos para contribuir na revisão desse distanciamento entre os profissionais”, disse. André Motta comentou que “a produtividade pode ter se distorcido do projeto original e que é preciso sim, rever muitas das situações”.
Sobre o SAMU, Helton Zeferino disse que não pensa em retroceder para o modelo anterior ao da organização social. “O que estamos fazendo é potencializando as unidades que estão sob gestão do Estado para saber como elas estão produzindo e como podemos melhorar esse serviço”, afirmou.
O diretor adjunto de Assuntos Jurídicos do SIMESC, André Arent reforçou que é muito importante que essa nova gestão da SES tenha participação efetiva no Conselho Estadual de Saúde. “Mesmo não tendo poder deliberativo, é uma instância de debate muito importante para a saúde estadual”, sugeriu.
Na mesa também foi falado sobre a judicialização da saúde. “Temos grande conhecimento dessa área porque já promovemos muitos debates com o judiciário. Estamos à disposição da SES para contribuir com essa demanda que é muito importante para a sociedade”, apontou Cyro.
O secretário Helton pediu que o SIMESC formalize as demandas dos médicos. “O diálogo tem que ser mantido. Temos menos de 20 dias úteis de gestão e muito trabalho pela frente”, encerrou.
A jornalista do SIMESC, Carla Cavalheiro, também acompanhou a reunião.