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Como lidar com a crise de imagem na internet?

Postura profissional adequada é uma aliada para evitar exposições vexatórias

Nada mais atormentador que uma postagem que nos ataca nas redes sociais! E principalmente, se ela ataca o nosso desempenho profissional!

Somos acionados toda semana para auxiliar médicos a lidarem com essa situação. Não raro, esse tipo de postagem está relacionada a problemas de atendimento: o paciente não gostou de sua relação com o profissional. Conteúdos do tipo: “Nem olhou na minha cara”, “Me tratou feito um bicho”, “Mandou fazer um exame e esperei horas para ser chamado de novo”... Mais rara é nossa atuação em casos que envolvem questões profissionais e que chegam, por exemplo, a óbito de pacientes. Mas elas acontecem.

Quando o paciente não gostou do tipo de tratamento recebido por parte do médico seja no seu consultório particular ou no serviço público de saúde, sente-se munido com argumentos mais do que suficientes para iniciar a desconstrução da imagem do profissional em rede social, que é espaço público, e muitas vezes, utilizado de maneira irresponsável por quem não compreende seu alcance e repercussão.

E como lidar com essa situação?

Sentir-se injustiçado pode nos levar a respostas à publicação, mas deve sobretudo, nos induzir a buscar orientação. E a primeira é nunca – mas nunca mesmo! – responder! O bate-boca digital é uma das situações mais vexatórias que um médico pode se envolver. Temos um problema, que é uma exposição negativa, não precisamos piorar isso e muito menos, dar mais audiência ao fato!

A segunda orientação é buscar um advogado especializado em Direito Médico – e aqui, parênteses: não é qualquer advogado, tem que ser um especializado nessa área, que conhece os pormenores da atividade médica – que irá orientar sobre a conduta, irá pedir ajuda a jornalistas também especializados na área médica para amenizarem essa crise.

Além dos encaminhamentos de ir a cartório registrar a postagem e providenciar, quando cabe, as questões jurídicas, o médico tem que ter consciência de que pode também ter provocado a situação e por isso, precisa estar ciente de que qualquer ação ou reação, pode lhe prejudicar mais ainda.

A crise de imagem nas redes sociais não tem reversão. As pessoas podem até esquecer com o tempo, a postagem pode até ser retirada após entendimento entre as partes ou por motivação jurídica, o médico pode até ser indenizado, mas em algum momento alguém irá lembrar: “É aquele médico que aquela vez”...

A postura profissional, e vou sempre insistir nisso, é chave para evitar qualquer exposição negativa. Hoje somos vigiados de todas formas e maneiras. Evitar problemas depende muito mais de nossa conduta do que de quem se sente ofendido por ela.

 

Carla Cavalheiro, jornalista especialista em Estudos de Jornalismo, MBA em Gestão de Comunicação Púbica e Privada, MBA em Marketing e Gerenciamento de Redes Sociais

Para saber mais sobre esse assunto faça contato pelo e-mail imprensa@simesc.org.br


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