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SIMESC vai notificar a ANS sobre atrasos de pagamentos da Agemed

O Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (SIMESC) vai notificar nos próximos dias a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a respeito dos repetidos atrasos por procedimentos, consultas e glosas que estão sendo realizados pela operadora de plano de saúde Agemed em Santa Catarina. A decisão foi tomada em reunião realizada com médicos da região do Médio Vale e Blumenau, na noite de terça-feira (11/12), na cidade de Pomerode. A notificação também será encaminhada ao Ministério Público Estadual, às associações comercias e à principal causadora da situação, a Agemed.

“Identificamos que a situação tem se repetido em várias cidades. Realizamos esse mesmo tipo de reunião com médicos em Jaraguá do Sul e Joinville e os relatos são semelhantes. Há pelo menos seis meses os repasses não são realizados e a Agemed, apesar de ter sido notificada pelo SIMESC, não se manifesta. Tem realizado alguns pagamentos pontuais, mas de forma geral, tem deixado os médicos sem pagamento”, destaca o advogado da Assessoria Jurídica do Sindicato, Erial Lopes de Haro.

No encontro, onde estiveram mais de 50 médicos, os relatos de atrasos reforçaram o Sindicato a orientar os profissionais a buscarem orientação com os advogados antes de tomarem alguma decisão. “O SIMESC não pode induzir ao descredenciamento em massa porque o médico é um prestador de serviço da Agemed e há inúmeras implicações jurídicas em uma quebra de contrato que poderiam piorar a situação”, acrescenta Erial.

De acordo com o presidente do SIMESC, é preciso levar em conta que o trabalho dos médicos para a Agemed é trabalho e que é melhor resolver a questão, encontrar um forma da operadora pagar os médicos do que eles deixarem de ter essa fonte de renda. “Observamos que a Agemed é responsável por 30% do faturamento dos consultórios dos médicos que estão participando das nossas reuniões. É um valor muito significativo e um público de pacientes muito amplo também. Não é somente parar de atender e pronto. Mas também não é aceitável trabalhar e levar tantos meses para receber”, orienta.

O secretário Geral do Sindiato, Roman Leon Gieburowski ressalta que é muito importante que os usuários do plano de saúde estejam cientes do que está acontecendo. “A notificação ao Ministério Público do Estado é a forma de avisarmos ao principal órgão de defesa da cidadania de que alguma coisa não está correta e que essas pessoas, que são nossos pacientes, poderão ser lesadas a qualquer momento com a redução do número de profissionais para atendimentos”, afirma.

O diretor Jurídico do Sindicato, Marcelo Rogelin lembra que não há como o Sindicato ter controle sobre a redução de consultas e procedimentos por parte dos médicos. “Haverá um desinteresse natural pelo atendimento por causa do problema de pagamento. E é uma situação que nós não temos controle. Orientamos à busca pelos nossos advogados para tentar a busca de uma solução para o pagamento, mas nem todos terão a mesma compreensão”, aponta.

A reunião, organizada pelas diretorias regionais Médio Vale e Blumenau, também teve a participação do diretor de Formação Sindical e Estudos Sócio-Econômicos, Carlos Roberto Seara Filho. Os dirigentes do Médio Vale Roberto Amorim Moreira (presidente), Alfredo Nagel (secretário), Ademir Danilo Zardo (tesoureiro) e o presidente da Regional Blumenau, Gilberto Nicocelli completam a lista dos representantes do Sindicato no apoio aos esclarecimentos a esse assunto. A jornalista Carla Cavalheiro, a coordenadora Juliana da Silva e as funcionárias regionais Janaína Lunge e Ana Paula Anacleto Boaventura também participaram da reunião.


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