Durante a gravidez, Nilsa Marli Boos, 42 anos, teve dois abcessos ao lado dos seios, que continuaram doendo após o parto. A dor fez com que ela procurasse o posto de saúde para saber se havia algum problema. Depois de examinada, foi encaminhada direto fazer uma mamografia. Em 15 dias marcou, fez e recebeu o resultado do exame, que a deixou tranqüila.
Além da mamografia de Nilsa, o mamógrafo doado à Rede Feminina de Combate ao Câncer fez outros 4.493 exames até outubro, quando completou um ano de funcionamento. Katia Beckhauser, professora da Furb e uma das responsáveis pelo Setor de Mastologia do Hospital Santo Antônio, onde o equipamento está instalado, garante que, no município, não há demanda reprimida. De acordo com os números repassados pelo Hospital Santo Antônio (ver tabela), a médica afirma que o aparelho não atingiu a capacidade máxima de mais de 500 exames por mês.
– Hoje, todas as mulheres têm o exame garantido, sem espera, sem filas. É só procurar o médico no posto de saúde e pedir para fazer – explica Katia.
Antes deste mamógrafo começar a funcionar, o município oferecia cerca de 400 exames gratuitos por mês e a Rede Feminina fazia outros 20. Com a doação do equipamento, a capacidade do município para atender as mulheres praticamente dobrou.
Apesar da disponibilidade, a secretária de Saúde, Elizabete Ternes Pereira, afirma que 40% das blumenauenses ainda não fazem o exame. A mamografia é recomendada para mulheres acima de 35 anos e deve ser feita uma vez por ano. Para mulheres com casos de câncer de mama na família, a indicação é começar os exames a partir dos 30 anos.
Para o ano que vem, o governo municipal prepara uma campanha de conscientização para as blumenauenses. O objetivo é mostrar que um diagnóstico precoce do câncer de mama pode resultar em tratamentos eficazes em até 80% dos casos e incentivar as mulheres a fazer a mamografia.
O Santa noticiou
- Em outubro de 2007, reportagem anunciou o começo do funcionamento do equipamento
Doação do mamógrafo
- O Instituto Avon doou um aparelho de mamografia à Rede Feminina de Combate ao Câncer em janeiro de 2006. O equipamento funcionaria no Hospital Regional Universitário da Furb, que não estava pronto na época
- De acordo com o termo de doação, o aparelho deveria começar a funcionar até o final de 2006, com o risco de ter que ser devolvido. O ano acabou e o mamógrafo continuava na caixa
- Em abril de 2007, o Instituto Avon cobrou o funcionamento do aparelho da Rede Feminina. Se nada fosse resolvido, o mamógrafo voltaria para o instituto
- Em maio, o local de instalação continuava sendo o Hospital Universitário da Furb, que ainda não estava pronto. Preocupada, a Rede Feminina começou uma negociação com o Hospital Santo Antônio, como alternativa
- Em 25 de setembro de 2007, o mamógrafo foi instalado em uma ala reformada do Hospital Santo Antônio. Os testes começaram neste período e duraram cerca de um mês
- Os primeiros exames foram feitos em 29 de outubro de 2007
Fonte: Jornal de SC - 12-11-2008