Uma ferida no braço esquerdo levou o aposentado Paulo Percílio dos Santos, 61 anos, a procurar ajuda médica no posto de saúde da rua paralela à casa onde mora, no Bairro Progresso. Era final de janeiro. Quando chegou à Estratégia de Saúde da Família (ESF) Arthur Riedel, não pôde marcar consulta. Foi orientado a ir ao Ambulatório Geral do Distrito do Garcia, distante 10 quilômetros do posto, porque não havia médico. O mesmo problema enfrentam outros seis ESFs do município.
Para motivar médicos a trabalhar na rede pública, o município pretende reavaliar os salários. A discussão deve iniciar neste semestre, mas não há previsão de quando o estudo será concluído, informa o secretário de Saúde, Marcelo Lanzarin.
O prefeito João Paulo Kleinübing adianta que a intenção é pagar mais para quem quiser cumprir jornada de trabalho nos postos mais afastados do Centro. Mas, na avaliação do secretário, não são somente os salários que afastam os médicos da saúde pública. O ensino das faculdades voltado à especialização é outro agravante.
Para atrair profissionais em curto prazo, a secretaria implantou a residência médica em Saúde da Família, desde fevereiro. Em janeiro, a Secretaria de Saúde abriu vagas para clínico geral, com salário de R$ 5.850, mas até ontem as sete vagas continuavam sem candidatos.
– Nosso interesse é que, depois de concluída a especialização no município, os médicos tenham interesse em continuar na nossa rede – explica Lanzarin.
Rodízio tenta garantir o atendimento a pacientes
Mesmo sem médicos, os sete postos de Estratégia de Saúde da Família sem clínico geral permanecem abertos. Em alguns deles, um profissional lotado em outra unidade atende, em dia específico ou em meio turno. Todos eles também têm enfermeiro para avaliar os casos que chegam ao posto. Se constatada necessidade de atendimento médico, o paciente é encaminhado a outra unidade.
Enquanto os médicos não são contratados, cartazes nas paredes do ESF Arthur Riedel orientam: os moradores têm de procurar o pronto Socorro em caso de urgência e o Ambulatório Geral do Garcia para consultas.
A paciente Alvina da Silva, 62 anos, foi atendida no local por uma enfermeira que a informou sobre o aumento do nível de diabete. Mas, notícia ruim mesmo, foi a falta de médico:
– Neste posto, médico não para. Já passou uns seis, desde a inauguração (em maio de 2000). Bom seria se tivéssemos acompanhamento de um mesmo doutor – lamentou Alvina.
Oportunidade em Blumenau
Há vagas para clínico geral em Estratégias de Saúde da Família, com salários de R$ 5.850. Interessados devem entrar em contato com a Secretaria de Saúde de Blumenau, pelo telefone (47) 3326-6768, ramal 203, das 8h às 12h e das 13h30min às 17h30min.
Fonte: DC - 18-03-2009