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Médicos procuram Corte Interamericana de Direitos Humanos por melhor qualidade na saúde

 Inconformados como a situação crítica da saúde pública no Brasil representantes da Federação Nacional dos Médicos (FENAM) estiveram em fevereiro na sede da Corte Interamericana de Direitos Humanos, na Costa Rica - instituição judicial autônoma da Organização dos Estados Americanos (OEA). Os médicos foram recebidos pelo presidente da Corte, Diego García-Sayán e pelo juiz Roberto de Figueiredo Caldas para quem pediram apoio para amenizar os problemas enfrentados na saúde no Brasil.
O tesoureiro do Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (SIMESC) e diretor jurídico da FENAM, Vânio Cardoso Lisboa, integrou a comitiva. Segundo ele a decisão de buscar o apoio da Corte Interamericana veio depois de anos de negociação com os governos federal e estaduais por mais verbas para saúde pública e condições de trabalho e após testemunhar o caos na saúde brasileira principalmente no que concerne aos atendimentos de urgência e emergência.
“Se necessário for, levaremos às barras do tribunal internacional nossas reivindicações de uma assistência médica digna para a população de Santa Catarina e do Brasil. O direito mais fundamental que é o direito à vida está sendo ultrajado”, afirma Vânio.
Em Santa Catarina o Sindicato tem denunciado frequentemente a situação precária em que se encontra a saúde pública. A falta de recursos humanos para a saúde, a falta de leitos de internação e de UTI e a falta material e equipamentos são alguns dos pontos abordados pelos médicos sindicalistas catarinenses.
“O hospital Infantil Joana de Gusmão trabalha com sua capacidade reduzida. Os médicos da emergência de Instituto de Cardiologia há pouco denunciaram a situação caótica em que se encontram. O hospital governador Celso Ramos atende com salas de cirurgias fechadas. No hospital regional de São José os pacientes se acumulam nos corredores internados em macas e cadeiras de rodas e no hospital regional Hans Dieter Schmidt, em Joinville não há médicos clínicos para completar a escala de trabalho. Para todo lado que se olha vemos a saúde degradada aos desmandos políticos e relegada à omissão governamental”, acrescenta Vânio.
Em março a comissão da FENAM entregará o dossiê concluído com as denúncias na sede da Corte, em Washington, nos Estados Unidos.


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