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SIMESC lamenta falecimento do pediatra Carlos Schoeller

Com pesar o SIMESC informa o falecimento do médico pediatra Carlos Clarimundo Dornelles Schoeller, verificado no domingo 4 de fevereiro, em Florianópolis, vítima de uma parada cardiorrespiratória sofrida durante um passeio de barco na região norte da Ilha. O médico completaria 60 anos na próxima sexta-feira, dia 9 de fevereiro.

Carlos Schoeller formou-se em 1980 pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi secretário de Estado da Saúde entre 1995 a 1999 e diretor do Hospital Infantil Joana de Gusmão, na capital, em 1995. Em 2015 voltou à direção do hospital, onde ficou até agosto de 2017. Foi exonerado por ter tido a coragem de denunciar a falta de materiais cirúrgicos e de higiene na unidade, o que motivou a suspensão de cirurgias eletivas.

O corpo será velado no cemitério São Francisco de Assis, no bairro Itacorubi, em Florianópolis e encaminhado para cremação a partir das 15h, em Palhoça.  

“À esposa Maria Tereza Evangelista Schoeller, nossa colega médica oncologista, deixamos registradas nossas condolências, estendida aos demais familiares e amigos. Fica uma grande lacuna na medicina catarinense”, declara o presidente do SIMESC, Vânio Cardoso Lisboa.

 

Um pouco mais sobre o médico Carlos Schoeller

Em 2015, o jornalista Éric Casagrande, do jornal Diário Catarinense, escreveu a matéria: Sonda desenvolvida por médico de Florianópolis ajuda no atendimento de crianças engasgadas, que segue como sugestão de leitura sobre o legado do profissional à saúde:

“Assim que começam a gatinhar, a curiosidade das crianças pode levar a engolir diversos objetos, mas há quatro anos o médico gastropediatra Carlos Schoeller adaptou uma sonda com imã na ponta e tornou a prática de livrar as crianças de um engasgo algo muito mais simples. Segundo o médico, 95% dos casos de engasgo em crianças sadias ocorrem com a ingestão de algum objeto metálico, dos quais as moedas representam 90%. O custo para montar a sonda é de R$ 2,00 e ao disseminar o conhecimento e as próprias sondas para outros hospitais e postos de saúde, se agilizou o atendimento em todo o Estado.

Schoeller, agora diretor do Hospital Infantil Joana de Gusmão, salienta que não inventou nada e que apenas adaptou um imã mais potente (imã de neodímio) a um equipamento simples de ser fabricado e administrado por quem deve fazer o procedimento.

— Não inventei nada, isso existe e outras pessoas também já devem fazer. Mas essa adaptação de um imã na ponta de uma sonda é muita barata e pode ser usada em qualquer hospital para retirada de objetos metálicos do esôfago. Isso reduz a necessidade de fazer uma endoscopia, que fica restrita a casos mais complicados — explica Schoeller.

Como apenas o Hospital Infantil Joana de Gusmão tem o equipamento adequado para fazer uma endoscopia em crianças com menos de 10 quilos, muitas famílias viajam até Florianópolis para realizar o procedimento.

— Dessa forma reduzimos o custo porque também evitamos que as pessoas cruzem o Estado para fazer uma endoscopia, mobilize um equipe e medicamentos. Agora a maioria dos casos pode ser resolvida na própria cidade, tanto que em Florianópolis atendemos apenas casos da região — exemplifica.

A médica gastropediatra Renata Rocha aprendeu a montar a sonda com o imã na ponta e levou a algumas para Criciúma onde trabalhava. O mesmo aconteceu com colegas em Lages, Chapecó, Joinville, Balneário Camboriú, Itajaí, Tubarão.

— Para quem está no interior ou em cidades mais afastadas, poder evitar uma endoscopia, que é bastante agressiva, é algo muito significante - destaca Renata.

Ideia partiu de experiências em casa

Acostumado a perder ferramentas de mecânica em lugares que não conseguia mais acessar, Carlos Schoeller ouviu do mecânico que os imã usados em HD de computadores eram bastante potentes. Então ele abriu um HD velho e amarrou um ímã na ponta de uma corda para "pescar" as ferramentas.

— A partir disso tive a ideia e pesquisei se havia algum ímã barato e potente que pudesse adaptar em uma sonda. Encontrei na internet imã de neodímio, então foi apenas montar — conta Schoeller.

Apesar de ser de fácil montagem o médico ressalta a importância de realizar o procedimento dentro de um ambiente médico e por quem tem conhecimento para isso.

— É importante o uso de um medicamento para relaxar a criança e qualquer movimento incorreto pode ferir internamente o esôfago. Apesar de simples, o procedimento deve ser feito por quem tem conhecimento médico”.

Confira a íntegra com vídeos e gráficos AQUI

Foto: Daniella Coriolano/ Agência AL


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